Novembro de 2021 foi um grande mês para música, e a primeira semana veio de sola. No dia 5 de novembro o Bullet For My Valentine lançou o sétimo álbum de estúdio, adiado por causa da pandemia. A banda falou muito sobre apresentar uma nova fase, mas raivosa e pesada. E se em 2021 ainda existia preconceito contra eles, Bullet For My Valentine mostrou que isso é puro mimimi.
O começo de Parasite é muito simbólico. Se você aumentar bem o volume, vai ouvir trechos de várias músicas da banda. É um easter egg excelente, e ao mesmo tempo o ritual de passagem do passado para o presente da banda. Algumas das músicas que tocam são Your Betrayal, You Want a Battle? (Here's a War), Tears Don't Fall, Waking the Demon e Hand of Blood.
Essa música é um ótimo cartão de visitas, mas o restante do álbum surpreende por ser bem agressivo. Ok, não é como se o Bullet não tenha músicas porradeiras, Hand of Blood é um ótimo exemplo. O que aconteceu é que a banda decidiu explorar o limite entre o metalcore e death melódico, e eu adorei isso.
Quando vem Can't Escape the Waves o álbum dá uma pisada parcial no freio. A música não é bem uma balada, mas é mais cadenciada e menos corrida. É uma boa hora pra respirar, pois a faixa seguinte, Bastards, é uma voadora no peito. A introdução dessa música é bem na linha de You Want a Battle? (Here's a War), vale registrar.
Já No Happy Ever After é ligeira, com guitarras brutais, melancólicas e dramáticas. Elas dão bem o tom do álbum no geral, inclusive. Essa é uma típica música do Bullet For My Valentine, e apenas amor é o sentimento.
Ouça o álbum até o fim, pois o encerramento é fod*. Death by a Thousand Cuts é o tipo de música que faz você parar o que está fazendo para ouvi-la. Sem brincadeira. Lembra alguma coisa que eu já ouvi, mas não consigo definir. Um ótimo final para um álbum que começou redondinho.
Vale a pena ouvir Bullet For My Valentine?
Demais. A banda cumpriu 100% a promessa de entrar numa nova era. Durante anos o grupo foi mal falado por causa do lado emo, que na real eu gosto pra caramba. Just bittersweet memories, afinal. Mas já era claro que os caras entendiam de fazer metal de qualidade. As vezes o preconceito cega e a gente perde umas oportunidades boas.
Seria o início do Bullet death melódico? Eu tô 100% pronta. As músicas desse álbum são dinâmicas e tem uma ótima cadência, elas não te cansam. O Bullet lembrou o que sabe fazer, fez, e deu um tompero a mais. Tem até uns momentos thrash-metal-Bay-Area-escos! Doideira pura.
Esse novo álbum faz lembrar a transição do Trivium da era Dying in Your Arms para o ponto atual, e o Trivium de 2022 é gigante. Por isso eu fico empolgada muito de ver até onde o Bullet For My Valentine vai com esse som, pois o potencial existe, e ele é real.
Solte o play no álbum completo
Faixas favoritas: Knives, Can't Escape The Waves, Shatter