Take Me Back to Eden é um álbum que se você gosta de música "maluca," deve ouvir pelo menos uma vez. O heavy metal é um gênero famoso pelo peso, e por incorporar inúmeras influências, umas bem inesperadas. De uns anos pra cá caíram no gosto do povo bandas como Ghost, Bad Omens, Spiritbox, e o Sleep Token, que estrela o review de hoje.
Um grande fenômeno
O Sleep Token tem três álbuns lançados e uma legião de fãs no mundo todo. Razões para os britânicos chamarem a atenção não faltam: eles usam máscaras pra esconder as identidades, não dizem seus nomes, não falam no palco, e até hoje só deram duas entrevistas. A do vocalista Vessel é a mais viajada, pois explica o motivo do Sleep Token existir. Segundo Vessel, eles são os representantes mortais da divindade Sleep, que um dia apareceu oferecendo fama se ele o seguisse. Nice.
Apresentando: Take Me back to Eden
Take Me Back to Eden é o terceiro álbum do Sleep Token, e ele leva a loucura musical da banda a níveis que pegam você de surpresa. O Sleep Token pode ser classificado como metalcore, progressivo, e djent. Fora disso o som vai bastante além, e incorpora o R&B, rap, eletrônica, pop, só pra citar alguns exemplos. O resultado são 12 músicas dramáticas e intensas, e um álbum que cresce a cada ouvida.
A primeira metade do álbum tem os singles "Chokehold" e "The Summoning," mas o meu coração ficou mesmo com a segunda parte. O metal é famoso por ser um gênero emocional, então "Are You Really Okay?" não é surpresa. Mas ainda assim, que bicuda no coração. Ela é a "(Everything I Do) I Do it For You" do Sleep Token, com uma letra linda sobre saúde mental. A interpretação do Vessel é impecável, e a parte mental entra na hora certa pra elevar a emoção da faixa.
"Take Me Back to Eden" é uma viagem estranha, épica, e divertida. A ambientação da faixa título cria uma atmosfera cinematográfica e de novo, os elementos heavy são muito bem encaixados. Até que, pra surpresa de todos vem a seção funk/rap! Ela é ótima. É uma música que passa por gêneros bem diferentes e provoca emoções bem diferentes. Quase como os movimentos de um concerto de música clássica.
Os primeiros segundos de "Euclid" são apaixonantes. É como se a Adele tivesse virado um cara, e decidido virar cantora de metal. Algo que chama a atenção nessa música, e é um elemento comum no álbum todo, é o sentimento de melancolia, e uma tristeza delicada. É triste de um jeito bonito, emociona e surpreende.
E aí, vale a pena ouvir o álbum?
Vale. Take Me Back to Eden causa boa impressão na primeira ouvida, mas quanto mais você ouvir, mais o álbum vai grudar na sua orelha. É uma mistura de Opeth com Adele, Periphery e Jay-Z, Bryam Adams e Dream Theater. O Sleep Token não uma banda revolucionária da história, mas os parças fazem um trabalho honesto que explica a fama e o hype.
Vale quantos cafés: ☕☕☕☕☕ (5 de 5)