Bruce Dickinson: The Mandrake Project | Review


The Mandrake Project é uma ótima experiência para fãs do Bruce Dickinson, e todos que conhecem a voz do Iron Maiden. Afinal, se tem o nome "Bruce Dickinson" no meio, é difícil não ter expectativas altas. Foi uma espera longa até o homem liberar outro álbum solo, apenas 19 anos. Mas tanto quem esperou pacientemente, quanto quem chegou agora, vai descobrir que o resultado é sólido. 

Desde o lançamento de Tyranny of Souls (2005) aconteceu uma vida na vida de Bruce Dickinson, do lançamento do elogiado Senjutsu do Iron Maiden até a vitória contra o câncer. Para Mandrake Project o britânico somou forças novamente com o guitarrista Roy Z, e nomes como Dave Moreno, baterista do Puddle of Mudd, e Gus G, que gravou o solo de guitarra numa das faixas. Fecham a lista Mistheria (teclados), Chris Declercq (solo de guitarra na faixa 3), e Sergio Cuadros (madeiras -um tipo de flauta- na faixa 6)

É interessante que Mandrake Project se diferencia de outros trabalhos de Bruce, mas não se distancia deles. Tem vários elementos familiares no álbum, como as mudanças de tempo tradicionais da músicas do Maiden. A aura de Mandrake Project é sombria do começou ao fim, seja nas horas mais quietas, nas melodias melancólicas ou nas passagens das guitarras. A qualidade da voz de Bruce Dickinson mudou, afinal a idade chega para todos, mas sem surpresas ele entrega uma performance impressiva.

  • Many Doors to Hell foi uma ótima surpresa, tanto que eu apelidei a faixa de "como seria se Bruce Dickinson fosse vocalista do Scorpions." Existe muito na melodia que remete ao grande hit dos alemães sem ser plágio - antes que me acusem de falar isso. É uma música bem empolgante, de verdade.
  • Resurrection Men tem a presença inesperada de... Bongos! É um baita contraste com a letra, que fala da extração da alma humana. Aliás esse é um pilar do álbum, a luta entre magia e ciência pelo controle da vida e morte, e a música resume bem o sentimento de uma treta dessa dimensão. A faixa também tem uma mudança de tempo ala Iron Maiden.
  • Eternity Has Failed tira quase todos os instrumentos e deixa a voz de Bruce brilhar forte nos primeiros 1:30. É um momento muito bonito. O refrão é ótimo e faz refletir, sabia? Ah! Pros curiosos, a música é uma "sequência" de If Eternity Should Fail que o Maiden lançou no álbum The Book of Souls de 2015.

The Mandrake Project mistura momentos que lembram diferentes fases da carreira de Bruce Dickinson, o que é bem legal de perceber. A narrativa também merece destaque, porque é óbvio que o vocalista entende de contar histórias. E ele não economiza em fazer uma super construção de mundo através de cada letra. Contar histórias é uma capacidade que eu admiro em qualquer artista, de Bruce Dickinson a Taylor Swift. 

Vale quantos cafés: ☕☕☕ (4 de 5)