Faz uma eternidade que eu não escrevo nada minimamente similar às retrospectivas mensais que tinham no meu site anterior, e que eu até tentei trazer pra cá, mas sem sucesso. Com os ocorridos recentes, entretanto, foi impossível não voltar às origens por um momento.
A história todo mundo conhece
Morre a inesquecível que depois virou insuportável
Até porque ela está acontecendo enquanto eu falo com você. Ao melhor estilo "se não for com a minha bola ninguém brinca," várias atitudes questionáveis do Elon Musk levaram ao bloqueio do Twitter no Brasil. A situação virou um Mad Max de mau gosto, e promete continuar tensa porque oh quem diria, o campeão da liberdade de expressão forçou esse circo dias antes do 7 de setembro. E tudo indica que o Twitter não deve voltar a voar por aqui tão cedo.
Daí a galera brasileira buscou asilo
E não é que o mundo todo era Brasil mesmo?
A grande maioria dos exilados foi pro Bluesky, a rede social do criado do do Twitter, o que fez o site ter um ganho de usuários recorde. O site tem um cheirinho de Twitter 2009-11 bem legal. Faltam recursos, já tem gente lá que eu não suporto, mas em dois pra três dias a experiência tem sido tão bacana quanto não era em anos do falecido. Achei perfis que eu seguia antes, achei gente nova, interagi, tô feliz. Ainda sinto falta de uma leva de pessoas legais que eu seguia no Twitter, pois a maioria era gringa. Mas quem sabe, vendo a nossa ausência, eles não migram também?
Vamos ficar no Bluesky?
O sentimento dos primeiros dias no Bluesky tá assim, espero que continue
A curto prazo, sim. A longo prazo eu vejo muita gente querendo ficar, pensando na volta do Twitter pra ir lá e levar mais gente pro Bluesky. Já eu tô morrendo de saudade dos artistas de Pokemon que eu seguia, dos fanarts dos ships de Honkai: Star Rail e Genshin Impact. Até baixei Reverse: 1999, mas começar a jogar sem a 'companhia' das gringas não vai ter a mesma graça. Fora uns detalhes que afetam meu trabalho no Game Rant, e eu vou ter que me adaptar.
A moral da história
Eu pedindo pro Twitter continuar bloqueado e verem a falta que o público <saudável> do Brasil faz
O bloqueio do Twitter vai mudar um mundo de coisas. Uma delas eu mesma vi, que foi assistir a transmissão da Fórmula Indy na TV Cultura sem as interações da hashtag. Foi meio bizarro, mas honestamente, não tão ruim. A transmissão ficou até mais fluída.
Liberdade de expressão não quer dizer ter o direito de ser otário e não assumir a reponsabilidade do que se diz. Americanos adoram dar essa carteirada enquanto agem de salvadores de quem nunca pediu pra ser salvo. A lei existe e tecnicamente, vale pra todo mundo.
Apesar do Twitter ser uma ótima forma de informação rápida, e interação em grandes momentos como debates e eventos, a ausência dele mostra como essa rede sugava a energia das pessoas. Era muito tempo de engajamento no que não valia a pena, gritar pro vazio atrás de umas migalhas de interação. O que era uma rede social incrível virou um monstro fora de controle.
Nota de rodapé
Meu sentimento/esperança com o Bluesky daqui pra frente
Fica a minha torcida honesta para o Bluesky crescer e reproduzir a experiência do Twitter de milênios atrás, quando a coisa era realmente divertida. Com o exemplo da rede do Kiko dos foguetes, espero que os desenvolvedores do Bluesky consigam garantir um ambiente minimamente saudável. Eu descobri umas medidas em prol disso que já existem, o que é bom. O Twitter era incrível de um lado, mas muito, totalmente, extremamente tóxico do outro. E por isso eu não sinto falta.